O que é Esoterismo
A palavra esoterismo deriva de esotérico, em contraposição a exotérico. O termo esotérico deriva do grego, eso (eisô ou esô) e significa “dentro de”, “dentro”. O termo exo (eksô) significa “fora de”. Assim, esotérico é o interior, interno, íntimo, profundo e exotérico é externo, exterior.
Quando falamos de esoterismo acabamos relacionando outros termos como religiosidade, espiritualidade, misticismo, ocultismo, branco e negro, esquerdo e direito, autoajuda, psicologia, pois tudo está interligado nessa busca pelo conhecimento.
Essa busca por conhecimento pode levar a diferentes espaços, grupos, escolas, onde existem diferentes energias atuando. Muitas vezes, o que vemos se confunde, pois de alguma forma, todos buscam a luz, um caminho para Deus.
As pessoas que buscam o conhecimento e a espiritualidade precisam fazer um mergulho mais profundo e conhecer essas forças que atuam nesses grupos para de fato entenderem a que caminho elas pode levá-las, ou seja, se podem ajudá-las a se tornarem verdadeiros esotéricos.
Esoterismo é arte, ciência, filosofia e religião. Existem várias correntes esotéricas com diferentes pontos de vista e abordagens, umas mais práticas, outras mais filosóficas, outras mais acadêmicas.
O esoterismo pode se distinguir por algumas características fundamentais, tais como o estudo do sentido analógico, alegórico, simbólico e metafórico dos mitos, das histórias, dos conceitos, dos ensinamentos; a percepção da vida da natureza; a busca de uma Divindade transcendente; o estudo de filosofias e religiões comparadas e a realização de práticas de desenvolvimento espiritual.
Dentro do esoterismo encontramos várias correntes, por conta de diferentes abordagens e pontos de vista. O esoterismo não é uma coisa só. Existem aspectos comuns dentro das diferentes correntes que as classificam como esoteristas.
Dentre as correntes do esoterismo ocidental temos a de Cultos de Mistérios greco-romanos, Platonismo e Neoplatonismo, Pitagorismo, Gnosticismo e Maniqueísmo, Hermetismo, Druidismo, Catarismo, Legenda do santo Graal, Templários, Maçonaria, Teosofia cristã, Cabalá cristã, Rosacrucianismo, Ocultismo, Teosofia moderna e Antroposofia, Perenialismo ou Tradicionalismo, Neo-Ocultismo, Ciências e Artes Ocultas: Alquimia, Magia, Astrologia.
Quanto ao Esoterismo Oriental, em um contexto em que não há ruptura entre religião e filosofia, podemos destacar a Vedanta, Yoga, Tantrismo, Taoísmo, Zen budismo, Sufismo e Cabalá.
Mesmo sendo chamados por outros nomes, os ensinamentos esotéricos sempre existiram e as religiões e escolas sempre tiveram um lado público e outro reservado.
Os ensinamentos esotéricos são sagrados e não devem ser vulgarizados, eles devem ser dados apenas para as pessoas preparadas, e, na verdade, só se revelam a elas, pois existem mistérios, véus que impedem as outras pessoas de percebê-los, vê-los ou ouvi-los. Do ponto de vista intelectual, podem até entendê-los, mas não tem a revelação interna, a percepção do verdadeiro e profundo significado do ensinamento.
Existem segredos e existem mistérios. Os mistérios estão diante de nós e não os percebemos, já os segredos estão escondidos. Um segredo revelado não é mais segredo. A diferença entre o segredo e o mistério, é que o segredo pode ser guardado e passado para frente, para alguém, apesar disso não significa que esse alguém terá acesso ao mistério, que é onde se encontra o ensinamento profundo.
Existem chaves para o entendimento dos ensinamentos esotéricos, mas a maior chave é o avanço espiritual. O ensinamento esotérico revela-se, em graus e graus, conforme a pessoa avança, desenvolve-se espiritualmente, prepara-se e remove os véus de sua própria ignorância.
Algumas palavras, alguns símbolos e significados são chaves para o entendimento e ensinamento esotérico, mas a grande chave para isso é a própria evolução, o próprio desenvolvimento espiritual. É esse desenvolvimento espiritual que vai abrir a percepção e o entendimento para que possamos compreender e penetrar a essência do ensinamento esotérico.
Esses ensinamentos esotéricos são reservados aos escolhidos, são reservados àqueles que sentem um anelo, um profundo impulso interior, àqueles que estão prontos para se sacrificar, para dar tudo pelo ensinamento.
O ensinamento esotérico é iniciático e precisa ser experimentado, vivenciado diretamente, não pode ser apenas estudado. O verdadeiro esoterista é um ocultista prático, um místico devoto, um filósofo, um filantropo, um amante da beleza e da arte.
Enfim, nessa vivência esotérica acabamos por encontrar um caminho para a espiritualidade, ou seja, uma forma de nos conectarmos com o sagrado, com o espírito, com o mais profundo do próprio ser.