Sobre o Medo
O medo é uma emoção que sentimos de várias formas, como covardia, angústia, pavor, entre outros. Ele pode fazer o nosso corpo reagir com sensações como tremedeira, suor e cólicas. Essa sensação é uma resposta natural do nosso corpo para situações de perigo, mas muitas vezes ficamos constantemente alertas, o que pode gerar estresse.
O medo nos faz sentir tristeza, dor e sofrimento, e muitas vezes nos faz mentir, fingir e criar desculpas para evitar a impressão de perda ou exposição.
É importante lembrar que outras pessoas também podem estar com medo de nós, e que todos temos problemas, imperfeições, fraquezas. Para lidar com o medo, podemos usar coragem, verdade, humildade e amor.
Quando queremos algo, como um emprego ou um objeto, o medo de não conseguir pode surgir. Por medo a mente cria uma história fantasiosa para evitar que algo ruim do passado aconteça novamente no futuro. Isso pode trazer à tona sentimentos de vergonha e humilhação, e acabamos nos apegando a essas emoções. O medo também pode surgir da comparação entre nossas ações e os padrões ou valores que temos, ou quando competimos com outras pessoas por status, poder, sucesso ou outras coisas.
O medo nos faz ficar presos em rotinas e hábitos, porque nos sentimos mais seguros fazendo o que já conhecemos. Mas isso pode nos levar ao tédio e bloquear nossa mente para novas experiências. O medo também pode nos levar a mentir ou ser falsos.
À medida que vivemos mais situações de sofrimento, o medo pode se tornar ainda maior. Pessoas mais velhas podem se tornar defensivas e desconfiadas. Talvez o medo do novo esteja ligado à falta de confiança em nossas próprias capacidades ou em algo divino que acreditamos.
O medo distorce nosso entendimento e pode levar a superstições e crenças irracionais. É importante lembrar que o medo é uma emoção natural, mas não devemos deixar que ele nos controle e nos impeça de crescer e experimentar coisas novas.
Somos inseguros e queremos controlar tudo para nos sentirmos seguros. Mas quando percebemos que não podemos controlar tudo, sentimos medo e impotência. A verdade é que só podemos controlar nossos sentimentos e reações. Para fazer isso, precisamos olhar para dentro de nós mesmos e descobrir quem realmente somos. Isso significa que precisamos estar atentos a nós mesmos o tempo todo e observar nossos mecanismos de proteção.
Queremos mudar e ser felizes, mas muitas vezes temos medo da mudança e resistimos a ela. Essa resistência é reflexo do medo interno que temos. O medo cria barreiras e muros de proteção para nos defender, mas isso nos limita e nos impede de sermos livres. O medo é responsável por nossos preconceitos e superstições.
O medo traz o desejo de segurança, mas também traz insegurança. Ele pode gerar complexos de inferioridade e nos levar à violência e ao ódio. Precisamos perceber o medo agindo em nós agora, não no passado ou no futuro. Só assim podemos compreendê-lo e superá-lo.
Sentimos medo de tudo e todos, e isso nos faz sentir inseguros. Podemos não perceber todos esses medos, mas eles afetam nossas vidas de diversas formas. Alguns medos são mais evidentes, grosseiros, mas muitos são ocultos, e acabam gerando ansiedade, preocupação e insegurança.
Temos medo de ser ridicularizados, expostos, humilhados, rejeitados e punidos. Também temos medo do que os outros vão pensar, dizer ou fazer. Esses medos são cultivados internamente, mas se tornam visíveis quando somos confrontados com uma situação que os desencadeia. Podemos ter medo de não sermos aceitos, de perder o emprego, de perder o que temos ou de não conseguir o que queremos. Também podemos ter medo da solidão, da doença, da morte, entre outras coisas.
O medo é uma emoção que sentimos dentro de nós, mas que pode se manifestar externamente de diferentes formas. Por exemplo, podemos sentir medo de não sermos aceitos, rejeitados, magoados ou magoar outras pessoas, receber críticas, reclamações ou perder algo que valorizamos, como o emprego, a família, a posição social, o prazer ou a segurança. O medo pode ter diferentes formas, intensidades e objetos, mas sua estrutura, mecanismo e raízes são sempre as mesmas.
Analisar nossos medos é importante para deixar de fugir e evitar essa emoção. É preciso reconhecer que muitas vezes atribuímos nossos medos a outras coisas, para não enfrentarmos a verdade ou a realidade. Por exemplo, podemos pensar que temos medo do chefe, mas na verdade temos medo de perder o emprego, ser humilhados ou punidos. Da mesma forma, podemos acreditar que temos medo da mulher, mas na verdade temos medo de ser abandonados ou considerados egoístas, maldosos.
Precisamos parar de fugir dos nossos medos e enfrentá-los, para entender suas causas e assim superá-los.
Precisamos entender nossos medos sem ter preconceitos ou ideias fixas sobre eles. Se acreditarmos que não podemos superar o medo, então realmente não conseguiremos. Se acreditarmos que o medo é uma parte natural do ser humano, então não tentaremos lidar com ele. Se justificarmos nossos medos como válidos, então não podemos fazer nada para mudá-los. Precisamos conhecer e compreender a estrutura e as raízes do medo, sem tentar negá-lo ou compensá-lo.
Precisamos entender como a palavra medo, a ideia do medo e o símbolo do medo afetam nossas sensações e valores. Às vezes, podemos lidar com uma situação que normalmente nos causaria medo, mas ainda podemos ficar preocupados com o futuro e com medo de perder uma falsa sensação de segurança.
Os medos são passados de geração em geração e muitas vezes não prestamos atenção neles. Precisamos olhar para nossos medos e entender nossos sofrimentos. Se não fizermos nada, nossos medos continuarão a nos atormentar.
Não podemos achar que já sabemos tudo sobre o medo, precisamos estar abertos para descobrir mais sobre ele. Precisamos refletir sobre o medo e observá-lo, ao invés de evitá-lo, ao invés de resistir a ele. Não se trata de nunca mais sentir medo, mas sim de aprender a lidar com o medo ao longo da vida, observando, aceitando e enfrentando-o.
Por Fabio Balota
(2007)