Por que ter Autoconhecimento é Difícil?
O autoconhecimento é um caminho desafiador e difícil. Livros e cursos ajudam, mas são apenas o começo. Não bastam ideias superficiais, positividade fantasiosa. Olhar para si mesmo e enfrentar-se é uma tarefa heroica.
Nesse processo de autoconhecimento, é necessário renunciar às velhas maneiras de ser e pensar, é necessário abandonar as identificações com a autoimagem, crenças, valores.
Nesse processo de autoconhecimento, é necessário ter a coragem de olhar para si mesmo de forma sincera, encarando defeitos, medos, inseguranças, carências, apegos.
É fácil abandonar o que não serve mais, o que, evidentemente, apenas nos atrapalha. Mas é muito difícil abandonar todas aquelas coisas que parecem importantes, que parecem nos trazer benefícios, prazeres, conforto, segurança.
É preciso muita força para deixarmos de ser vítimas dos outros, das situações, do mundo e reconhecermos o que precisa ser transformado em nossas vidas, em nós mesmos.
Um dos maiores desafios para o autoconhecimento é a identificação com o ego, com o eu existencial, com o eu histórico, com o corpo, com o nome, com o que achamos que somos.
Isso envolve ir contra o mundo, a sociedade, os padrões, as expectativas dos outros. Isso envolve ir contra nós mesmos, nossos desejos, apegos, nossas bases, identificações.
Quanto mais identificados estamos com as coisas do mundo, mais difícil é nos voltarmos para dentro. A identificação com o exterior é ilusão.
A ilusão do eu é a maior das ilusões, o ponto de vista ilusório a partir do qual todas as demais ilusões surgem.
O autoconhecimento envolve investigar, questionar tudo o que pensávamos saber sobre nós mesmos, sobre o mundo. Porém, não basta apenas refletir. É preciso praticar. É preciso sair do conceito e ir para a prática. É fácil teorizar e pensar sobre mudanças, mas colocá-las em ação exige decisão, esforço, superação de resistências internas.
O autoconhecimento é uma jornada difícil que exige tempo, paciência, persistência, mas é uma jornada extremamente libertadora.
Por Fabio Balota