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Porque Julgamos os Outros?
Bem, irmãos, vamos começar nossa conversa hoje à noite. Peço a todos que prestem a devida atenção…
Em todo caso, o significado da palestra desta noite significa que não devemos nos deixar levar pelas aparências, não devemos nos deixar fascinar pelas diferentes cenas da vida.
A vida é como um filme; é um filme composto, naturalmente, de muitos quadros e cenas. Não é conveniente, de forma alguma, nos identificarmos com qualquer cena, com qualquer pintura, com qualquer aparência, porque tudo passa. Passam as pessoas, passam as coisas, passam as ideias; tudo no mundo é ilusório, qualquer cena da vida, por mais forte que seja, passa e fica para trás no tempo.
O que deve nos interessar é o que se chama o “Ser”, a “Consciência”. Isso é o que é fundamental, porque o Ser não passa. “O Ser é o Ser e a razão de ser do Ser, é o próprio Ser”…
Quando nos identificamos com as diferentes comédias, dramas e tragédias da vida, é óbvio que caímos no fascínio e na inconsciência do sono psicológico.
Essa é a razão pela qual não devemos nos identificar com nenhuma comédia, drama ou tragédia da vida, porque por mais grave que seja, passa. Há um ditado comum que diz assim: “Não há mal que dure cem anos ou um corpo que resista a ele”… Então tudo é ilusório, temporário…
Alguém, às vezes, na vida, se depara com alguns problemas difíceis, onde não se encontra, digamos, a saída, a solução para o problema, e ele se torna enorme, monstruoso, gigantesco diante de nossa Mente.
Então a pessoa sucumbe às preocupações, e diz: “Como vou fazer? O que vou fazer?” Ele não encontra escapatória, e o problema, à medida que é analisado, torna-se cada vez mais monstruoso, enorme e gigantesco.
Mas chega o dia em que se encaramos o problema, como ele é, ou seja, se “agarramos o touro pelos chifres”, como dizem, vemos que o problema não dá em nada, se destrói… Era de natureza ilusória.
Mas qualquer problema tende a tomar tais proporções, seu realismo torna-se tão grosseiro diante de nossa Mente, que na verdade nenhuma saída pode ser encontrada em lugar algum; sente-se sucumbir diante dele, que de modo algum se torna solúvel. Mas se enfrentarmos o problema, veremos que é ilusório e que passa, como tudo tem que passar, e no final não dá em nada.
Se assim procedemos, sem nunca nos identificar com nenhuma situação, com nenhum acontecimento, poderá estar sempre alerta e vigilante, como a sentinela em tempos de guerra. E é nesse Estado de Alerta que se descobre sua defeitos psicológicos. Defeito descoberto, deve ser compreendido e então eliminado.
A mente, por si mesma, não pode alterar nenhum defeito psicológico. A mente só pode rotulá-los, trocar de defeito, passando-o de um nível para outro, mas nunca o alterar radicalmente.
É preciso um poder que é superior à mente e esse poder existe em nós. Quero me referir enfaticamente à Divina Mãe Kundalini.
Se alguém compreendeu que tem este ou aquele defeito, e se o compreendeu completamente, em todos os níveis da mente, então pode concentrar-se em Devi – Kundalini Shakti, e através dela podemos eliminar qualquer defeito de tipo psicológico.
Kundalini é a Divina Mãe Cósmica. Nas religiões ela tem sido representada como Maria ou como Tonantzin, Marah, Rhea, Cibeles, Adonia, Insoberta, etc., a Mãe Cósmica, a Mãe Divina; ela em si mesma, é parte de nosso próprio Ser, porém, derivada.
Quero dizer com isso que a Mãe Cósmica está dentro de nós, aqui e agora. E se implorarmos a esse poder, se pedirmos à Mãe Divina que elimine qualquer defeito de tipo psicológico de nossa psique, ela o fará. É óbvio que, por esse motivo, o defeito em questão se desintegrará.
Através da Divina Mãe Cósmica, podemos eliminar todos os nossos defeitos psicológicos.
Uma vez que a Consciência está engarrafada entre os defeitos, uma vez eliminados estes, a Consciência despertará radicalmente, e então poderemos ver, ouvir, tocar e sentir as grandes realidades dos mundos superiores.
Mas é essencial não nos identificarmos com nenhuma circunstância da vida. Quando não nos identificamos com este ou aquele problema, quando permanecemos alertas, descobrimos nossos próprios defeitos psicológicos no problema.
Normalmente tem sido visto que os problemas são devidos ao medo; o “eu” do temor mantém os problemas vivos. Temem a vida, temem a morte, temem “o que vão dizer”, “dizem que dizem”, miséria, fome, nudez, cadeia… a tudo se teme. E por isso, os problemas se tornam cada vez mais insolúveis, mais fortes.
Em um problema econômico, o que tememos? A ruína, ou que temos que pagar uma certa dívida, porque se não pagarmos, eles nos colocam na cadeia, etc., etc.
Em um problema familiar, do que temos medo? O “disse que disse”, a língua viperina, o escândalo, os interesses adquiridos, etc., etc., etc… Porém, se o eu do medo for eliminado, qual é o problema? Tudo se desvanece, torna-se um nada!…
Temos que pagar o aluguel de uma casa e tememos que nos joguem na rua, e até passamos noites sem dormir, pensando que o proprietário do imóvel irá vir e irá nos colocar na rua… Mas, finalmente chega o dia e acontece que o problema foi resolvido, talvez por onde menos esperávamos… Então, qual era o problema?
E se a questão não foi resolvida, e se nos jogaram na rua com todos os móveis, etc…. O que aconteceu? Móveis não vão ficar na rua, alguém vai ter que ir buscar! Enfim, não vai faltar, um lugar para entrar…
E se os móveis forem perdidos? Eles se perderam, e daí? Muito mais foi perdido no Dilúvio! Por que devemos nos ater a alguns móveis? Mais tarde, o problema passou, acabamos morando lá, em algum lugar, e o problema ficou para trás no tempo. O que aconteceu com o problema? Não se esqueça que tudo passa: as ideias, as pessoas, as coisas passam; tudo neste mundo é passageiro e ilusório. Não podemos e não devemos nos identificar com as aparências, porque as aparências enganam, e isso é óbvio. Pensemos nos estados de consciência, e isso é superlativo…
Há uma tendência geral de todos julgarem equivocadamente a todos, e isso é lamentável! Mas, por que todo mundo julga todo mundo, e equivocadamente? Qual é o motivo? Simplesmente um, e muito fácil de entender: Acontece que cada um projeta seus defeitos psicológicos nos outros, e vendo seus próprios defeitos nos outros.
Os defeitos que impingimos aos outros, os temos de sobra em nós. Julgamos os outros como nós somos.
Você já ouviu falar em antipatia mecânica? Que de repente alguém não gosta de alguém, sem motivo, e então dizemos: “Não gostei dessa pessoa!”. Mas por que, se nunca a vimos, se acabamos de ser apresentados? O que aconteceu? Por que essa pessoa “não me caiu bem”, se nem a conhecemos? Observamos sua aparência: ela é alta ou baixa, gorda ou magra, tem nariz aquilino ou achatado… e isso já é motivo, para achar que ela “não me caiu bem”? O que aconteceu? Simplesmente projetamos nossos próprios defeitos psicológicos em nossa vítima. Possivelmente já vimos, nessa pessoa, o defeito mais grave que temos e ninguém gosta de se ver assim, digamos, tão escarnecido.
A dura realidade dos fatos é que tal pessoa se tornou o espelho onde nos vemos, tal como somos.
Se estivermos alertas, se não nos identificarmos com o acontecimento, com a pessoa que “não nos caiu bem” e, se, em vez de criticar, nós nos autocriticamos, nos auto-observamos para ver o que está acontecendo, descobriremos que é um defeito nosso, nascido ontem, ou anteontem, ou de quem sabe há quanto tempo, ou talvez de outras existências, refletindo-se nessa pessoa e é por isso que “não nos caiu bem”. Isso é o que é antipatia mecânica: Cem por cento absurda.
Precisamos aprender a viver corretamente. O ser humano, acima de tudo, é uma entidade política, um “animal político”, e o próprio homem é um “homem político”.
Se você não sabe viver politicamente, você cria problemas na vida. É preciso aprender a viver politicamente e, em vez de sentir antipatias mecânicas, vale a pena nos investigarmos.
Sim, de fato projetamos nossas próprias falhas psicológicas nos outros. Por que julgamos mal os outros? Por que todos nós temos a tendência de ver todos os tipos de defeitos nos outros?
Simplesmente, porque projetamos nossos próprios defeitos nos outros; nós os julgamos equivocadamente: Supomos que fulano de tal é “assim” ou “assado”, e acontece que ele não é “assim” e nem é “assado”: é completamente diferente, e nosso julgamento acaba por ser errado, falso.
Vemos as ações alheias e temos a forte tendência de interpretá-los mal; nunca somos capazes de ver os acontecimentos dos outros com equanimidade, com serenidade; sempre as classificamos de forma equívoca. Lembre-se que “há muita virtude nos ímpios e que há muito mal nos virtuosos”…
Os defeitos que carregamos dentro de nós nos tornam injustos para com os outros.
Tornamos a vida amarga, para nós mesmos, com nossos próprios defeitos, e o mais grave, tornamos a vida amarga para os outros.
O defeito do ciúme, por exemplo, quanto estrago fez! Há ciúme político, há ciúme religioso, ciúme profissional, ciúme passional, ciúme do homem pela mulher, e da mulher pelo homem, etc., etc., etc. Esse é um eu, o eu do ciúme; e é cego, não sabe de lógica, não sabe de racionalização, não entende nada de ciência nem ouve a razão…
Quantos casos de morte são vistos por ciúme? Ciúme profissional, quanto dano ele causou? Alguns magníficos curadores, que sabiam curar diversas enfermidades das pessoas, magníficos botânicos, muitas vezes acabaram na cadeia. Quem os colocou na prisão, se não faziam mal a ninguém, se apenas curavam o próximo? Ciúme profissional! De quem? De seus colegas graduados.
No campo profissional, o ciúme parece se multiplicar assustadoramente, em círculos e círculos: círculo artístico, círculo político, círculo religioso, mas em cada círculo há um ciúme terrível, assustador…
Os ciumentos sofrem e fazem sofrer também. O ciúme tem causado muito dano gravíssimo. E se dizemos isso do ciúme, o que diremos de todos os outros defeitos que temos?
As aparências enganam. Muitas vezes julgamos erroneamente o ato alheio, de acordo com nossos egos, e o resultado é exatamente isso: calúnia. E todos caluniam a todos; isso já está comprovado!
Há sempre uma tendência a se deixar levar pelas aparências. Um determinado ato pode ser julgado de uma maneira, e a realidade correspondente a ela é outra. Qualquer fato pode ser julgado de uma determinada maneira e de certo modo, e o julgamento não coincide com o fato, porque acontece que o fato tem outro significado diferente do julgamento, então o julgamento está equivocado.
Por ter um julgamento equivocado, prejudica-se ao próximo, e quem faz o julgamento equivocado também se prejudica, causando dor a si mesmo.
Saber viver é muito difícil, pois vivemos em um mundo de aparências, ilusórios, e sempre tendemos a nos identificar com as aparências, esquecendo o essencial, que é o Ser, e isso é o mais grave!
Em nós, dentro de nós, existem fatores psicológicos assustadores que ignoramos e que jamais admitiríamos ter. Antes de tudo, você deve se lembrar que o eu não é algo, digamos, perene; que o eu é uma adição e também uma subtração, uma multiplicação e uma divisão de elementos inumanos. Cada um desses “elementos” é um eu.
Assim, não temos um único eu, temos muitos eus. Nosso eu é pluralizado, não singularizado, e isso é algo que você deve entender, porque existe o “eu medo”, o “eu amo”, o “eu odeio”, o “eu invejo”, o “eu ciúme”, o “eu raiva”, etc., etc., etc.
Cada um desses eus tem três cérebros: o Intelectual, localizado na cabeça; o Emocional, no plexo solar, e o Motor-Instintivo-Sexual na coluna. Cada um desses eus é uma pessoa diferente.
Assim, temos muitas pessoas vivendo dentro de nós. O mais grave é que a Consciência, o mais digno, o mais decente em nós, está engarrafada entre todas aquelas “pessoas internas” que carregamos.
E a Consciência se processa assim, de maneira subconsciente, em virtude de seu próprio condicionamento; quer dizer, ela está adormecida, e essa é a parte mais grave. Se nossa Consciência está adormecida, como podemos nos conhecer verdadeiramente?
Agora, você acha que alguém que não conhece a si mesmo pode conhecer os outros? Se não nos conhecemos, como podemos dizer que conhecemos os outros, que conhecemos os nossos amigos, que conhecemos as pessoas? Se queremos conhecer os outros, devemos começar por nos conhecer primeiro.
Mas, somos tolos, não nos conhecendo, acreditamos que conhecemos os outros… Como somos tolos! Que absurdo! Se conhecêssemos a nós mesmos, tudo seria diferente. Infelizmente, não nos conhecemos.
Se um homem não conhece a si mesmo, se não conhece seus próprios mundos internos, como poderá conhecer os mundos internos do planeta Terra, ou como poderá conhecer os mundos internos do Sistema Solar, ou da galáxia na qual vivemos?
Se alguém quer conhecer os mundos internos da Terra, do Sistema Solar ou das galáxias, deve começar conhecendo seus próprios mundos internos, começar conhecendo a si mesmo.
Mais ainda, como podemos conhecer-nos, se nunca dirigimos a Consciência, a Inteligência para dentro, para o interior; se nunca nos lembramos de nós mesmos, por que nos identificamos precisamente com as aparências da vida? Como podemos conhecer a nós mesmos, se nunca dirigimos a Inteligência para dentro, porque somos fascinados pelos diferentes acontecimentos, acontecimentos ou ocorrências que nos chegam?
Como podemos conhecer a nós mesmos, se nunca direcionamos nossa Consciência para dentro, porque os múltiplos problemas da existência nos aprisionam, os vemos como insolúveis, acreditamos que são eternos, e não percebemos que eles têm um começo e que tem um fim? Estamos presos pelo que é instável, pelo que não tem realidade verdadeira; estamos presos dentro de uma máquina que gira sem parar.
Julgamos os outros de acordo com o que somos, com tantos erros, e nossos julgamentos não coincidem com os eventos que mal interpretamos, sejam eles nossos ou dos outros.
Obviamente, estamos dentro de uma máquina que gira sem parar, e andamos como sonâmbulos, inconscientes, adormecidos; não sabemos nada sobre nós mesmos, porque nunca nos lembramos de nós mesmos, de nosso próprio Ser; temos a mente muito ocupada com coisas ilusórias e com aquilo que é temporário…
Devemos buscar a Autorrealização Íntima do Ser, não mais viver como autômatos, não! Precisamos viver em estado de alerta de percepção, de alerta novidade…
Estamos em um terrível “estado de coma”! Reflita sobre isso:
1º – Nós não nos conhecemos;
2º – Projetamos nossos defeitos psicológicos nos outros e vemos nossos próprios defeitos nos outros;
3º – Julgamos mal as ações dos outros;
4º – Tais ações não coincidem com o julgamento que fazemos;
5º – O juízo que emitimos é, na verdade, o próprio defeito psicológico que projetamos no próximo.
Conclusão: O próximo está nos servindo de espelho para nós. Mas não percebemos, em nosso inconsciente, que o próximo está apenas refletindo nossos próprios defeitos, nosso próprio eu psicológico.
Nosso próximo é um espelho onde nos refletimos, mas não entendemos que o reflexo, visto no espelho, é o nosso próprio reflexo; nem mesmo estamos conscientes de que estamos refletindo a nós mesmos nos outros.
Em vez disso, estamos tão identificados com o evento, com o acontecimento, com a circunstância, que nem remotamente nos ocorre refletir sobre todas essas questões, e vivemos em um estado de fascinação, inconsciência e sono psicológico.
Se nessas questões da vida prática, diríamos, terrenas, andamos tão inconscientes, o que podemos dizer das coisas celestiais? Na verdade, poderíamos interpretar mal todos os postulados da Ciência Hermética; poderíamos interpretar mal, devido aos nossos juízos errôneos, as atitudes dos outros Iniciados, a vida dos Adeptos, etc. Poderíamos interpretar mal, devido ao nosso estado de inconsciência, até mesmo o próprio drama cósmico; e obviamente o drama cósmico, tal como está descrito nos quatro evangelhos, foi mal interpretado.
Por que poderíamos interpretar mal a vida dos Adeptos da Fraternidade Branca, ou por que interpretar mal o drama cósmico, ou por que interpretar mal os postulados da Sabedoria Hermética, etc.?
Por uma única razão: porque nosso julgamento não é livre, é um julgamento condicionado por nossos próprios defeitos. Nosso julgamento é resultado do engarrafamento psicológico em que nos encontramos; nosso julgamento é, poderíamos dizer, a projeção de nossos próprios defeitos.
Projetamos nossos defeitos nos quatro evangelhos, projetamos nos postulados da Ciência Hermética, como projetamos nos atos dos Iniciados, na vida dos Adeptos, etc. Assim é que para as coisas celestiais também não estamos preparados.
Nós projetamos, e uma mente que projeta seus próprios erros não é uma mente livre, não é uma mente que pode aprender, captar a realidade das coisas, a realidade dos fenômenos, dos fatos, das circunstâncias que nos cerca em toda parte.
Tal mente, se não serve para compreender as coisas terrenas, como serviria para compreender a vida dos grandes Iniciados, as coisas celestiais? Inquestionavelmente falharia, porque se o terreno não pode ser compreendido, muito menos o celestial.
Então, acredito que o vital na vida é não nos deixarmos levar pelas aparências, não nos deixarmos capturar pelos acontecimentos, pelas circunstâncias. Em vez disso, esteja alerta para descobrir, em tais eventos, nossos próprios defeitos psicológicos.
Cada circunstância da vida, seja ela em casa, na rua, onde quer que seja, nos oferece oportunidades maravilhosas, e se estivermos alertas e vigilantes, como o vigia em tempos de guerra, conseguimos apreender nossos próprios defeitos, que se projetam sobre o próximo.
O próximo é o espelho onde podemos ver nossos próprios defeitos. Se vamos pela rua e virmos um embriagado, um bêbado, o que faremos? Não menospreze o bêbado. Em vez disso, diga: “Aí vou eu! Veja, aquele bêbado sou eu; veja como eu faço pantomimas, como eu sou engraçado! Esse sou eu, aí vou eu!…”.
Devemos aprender a nos ver nos outros: se descobrirmos ali um indivíduo que lança “trovões e relâmpagos”, que rasga suas roupas como um Caifás, devemos dizer: “Lá estou eu! Sim, como estou irado, como rasgo minhas vestes e como blasfemo, sou eu” …
Na verdade, estamos nos refletindo sobre os outros, estamos nos refletindo sobre o nosso próximo…
Claro, você poderia me dizer, enfaticamente, ou talvez objetar: “Não, não sou ladrão, não sou arrombador; jamais subiria no telhado para entrar na casa de outra pessoa, para roubar dinheiro ou joias”… Isso é o que diriam, certo? Julgariam o ladrão dizendo: “Ele é ladrão, deixe-o ir para a cadeia!…” Mas acontece que, dentro de nós, também existe o eu-ladrão. Não os conhecemos, não os descobrimos, mas eles existem.
Como disse Galileu: “Eppur si muove, si muove” – Mas que se move, se move. Quando lhe perguntaram: – “Você jura que a Terra, não é redonda e não se move?”. Então ele disse: – “Juro, eppur si muove, si muove!” – Juro, mas que se move, se move. Galileu disse isso e foi poupado de ser queimado vivo na fogueira da Inquisição.
Assim, como podemos dizer que não temos o eu do roubo? Haverá, entre vocês, pessoas tão honestas que são incapazes de tirar um único centavo de qualquer um, e ainda assim têm o “eu” do roubo. Incrível, porém verdadeiro. Um dia vocês irão descobrir isso…
Quem poderia pensar que, por exemplo, uma senhora virtuosa, esposa magnífica, tem, por exemplo, um eu da prostituição? Impossível! Não vamos tão longe: pensemos numa menininha, o que é ainda mais escandaloso… Que uma menina de doze anos, inocente, bem-criada religiosamente, tenha o eu do prostíbulo em si? É uma coisa que causa nojo! Vocês diriam: “Impossível, absurdo!” Mais, sim, pode ser…
Lembre-se também, você, que assim como há uma Lua lá em cima brilhando no firmamento, a qual tem duas faces, uma, para iluminar a noite, e há outra escondida, escondida, que nunca se vê, assim, também, há uma Lua Psicológica dentro de cada um de nós, com duas faces: a que se vê e a que não se vê, a visível e a oculta.
Na face visível dessa Lua Psicológica, temos os defeitos que à primeira vista sobressaem: a raiva, a cobiça, a luxúria, a inveja, o orgulho, a preguiça, a gula, etc., etc., etc..
Mas por trás dessa Lua Psicológica, por trás desse rosto que sempre se vê, que se vê a olho nu, existe a face oculta, aquela que não pode ser vista.
Lá temos os defeitos que ignoramos, lá nos tornamos todos magos negros, lá todos nos tornamos feiticeiros, bruxos… ladrões. Lá as senhoras mais aristocráticas se tornam prostitutas, etc, etc, etc.
Nessa face oculta da Lua que não se vê, da Lua Psicológica, há eus de prostituição, há eus de adultério, há eus de assassinato, há eus de roubo, etc., etc… Eus que normalmente ignoramos, porque se alguém nos dissesse que temos este ou aquele eu, aqui citado, isso nos ofenderia… não aceitaríamos de forma alguma… mas nós os temos.
Se um santo do Nirvana fosse informado de que ainda tem “eus” de assassinato, prostituição ou roubo, ele ficaria terrivelmente ofendido. A Santa nos abençoava dizendo: “Que Deus te perdoe, meu filho; você está perdoado, não guardo rancor de você, mas sei, meu filho, que não tenho nada disso!” Esse Santo do Nirvana diria. Por quê? Porque ele não passa de um santo.
Desta forma, aquele santo interrompe seu avanço em direção ao Eterno Pai Cósmico Comum. E há muitos santos que são assim, detidos em seu avanço, já que, na verdade, mesmo que sejam do Nirvana, na face oculta da Lua, que não se vê, nessa face oculta da Lua Psicológica, carregam todos aqueles eus, e isso é o que muitos não entendem. Isso é realmente sério. Todos nós temos a tendência de nos justificarmos, de nos deixarmos levar pelas aparências.
No que me diz respeito, não sou santo nem estou interessado em ser santo. Por que não estou interessado em ser um santo? Porque isso me impediria, em meu progresso esotérico. Sei muito bem que na parte oculta da minha Lua Psicológica devem existir, e sem dúvida existem, eus de tempos remotos, escondidos na escuridão.
Isso eu sei; e também sei que somente penetrando heroicamente, com a Espada na mão, naquela área de nossa Lua Psicológica, poderemos, na realidade, eliminar tais defeitos, mas isso é muito avançado.
Normalmente, as pessoas podem eliminar os defeitos dessa parte da Lua Psicológica que se vê, esses defeitos que se destacam, que podem ser vistos a olho nu.
Já, quando se trata de penetrar na parte oculta da Lua Psicológica, na parte que não se vê, bem, é necessário um esforço maior. Isso já pertence à Iniciação de Judas, correspondente à Paixão pelo Senhor. Ninguém poderia penetrar nessas áreas se não empunhasse a lança na Forja dos Ciclopes, isto é, na Nona Esfera. Mistérios? Sim, e muito grande!…
O Santo não vai tão longe. Ele se contenta em eliminar os eus-defeitos que possui na face visível de sua Lua Psicológica. Então é beatificado e daí não avança, e então fica estagnado.
Essa é a razão pela qual não sou santo, nem quero ser santo. Eu amo apenas o Entendimento, e isso é o fundamental: a Compreensão de si mesmo.
Na verdade, realmente, o Adepto está além dos santos. Quando alguém disse: “Os Santos Mestres”…, esse alguém se enganou, porque os Mestres estão além dos santos. Primeiro há o Profeta, depois o Santo e depois o Mestre. O Mestre está além da Esfera dos Santos, pois, no Mestre está a Sabedoria.
Além disso, é possível julgar erroneamente os Mestres, os Adeptos. Sempre temos a tendência de projetar, mesmo nos Adeptos, nossos próprios defeitos psicológicos.
Se julgamos erroneamente os Adeptos, também lançamos nossos julgamentos errados sobre eles. Se não é possível julgar corretamente os atos dos vizinhos comuns, muito menos será possível julgar corretamente os atos dos Adeptos.
Normalmente, temos a tendência de jogar lama nos Adeptos. Assim como jogamos lama em nossos semelhantes, também jogamos lama nos Adeptos da Fraternidade Branca. Por isso foram crucificados, envenenados, presos, esfaqueados, perseguidos…
É muito difícil julgar um Adepto. Se é quase impossível julgar os outros, muito menos podemos julgar um Adepto.
Por isso, convido você a refletir esta noite, a nunca se deixar levar pelas aparências, porque as aparências enganam; não culpar a ninguém por nossos defeitos.
Por Samael Aun Weor
Traduzido por Natalino Sampaio
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