O Despertar da Consciência
As pessoas, em sua condição comum, são adormecidas, mecânicas, reativas, vivem sonhando acordadas, vivem em ilusão, inconscientes, fascinadas, identificadas, voltadas apenas para o exterior. Vivem perdidas entre projeções, representações, idéias e conceitos fechados. Acreditam que seu ponto de vista é algo concreto, que é a realidade como ela é. Acreditam que o que percebem e o como percebem é tudo, a realidade última.
O primeiro passo para despertar é abrir-se para a possibilidade de estar adormecido.
Dificilmente alguém desperta sem querer, sem buscar, sem esforço, sem alguns choques, algumas crises.
Muitos fantasiam estar despertos apenas por terem lido alguma coisa sobre o assunto. Despertar não é questão de pensamento, de teoria.
O despertar da consciência é um processo contínuo de crescimento espiritual e autoconhecimento, que nos conduz a uma compreensão mais profunda de quem somos e do mundo ao nosso redor. É um processo de transformação e ampliação da percepção de nós mesmos e da realidade que nos cerca.
Expandir a consciência é voltar-se para dentro e para cima, é ir para além da dualidade, além dos limites da mente condicionada, das identificações egóicas. Envolve sair da identificação com os padrões sociais, culturais, psicológicos, que condicionam nossa percepção do mundo, da realidade, de nós mesmos. As práticas espirituais são parte importante desse processo.
Ao nos tornarmos mais conscientes de nossos pensamentos, sentimentos, emoções, saímos da mecanicidade, do adormecimento. Aprendemos a estar mais presentes, com abertura, com aceitação, sem julgamentos, sem resistências. O estado desperto é um estado paradoxal.
O despertar da consciência não é um destino final, é uma jornada constante de investigação, auto investigação, crises, insights. O despertar da consciência não é um objetivo a ser alcançado no futuro distante, ele está diante de nós a cada momento, só precisamos estar atentos, presentes, abertos.
Normalmente, esse é um processo gradual. Mas, em raríssimos casos, pode ser abrupto, um insight repentino, o que não significa chegar em um fim, pois não existe um fim.
Quando alguém acredita que já está desperto, quando alguém acredita que chegou ao fim, estagna e então começa a adormecer novamente.
A verdadeira liberdade e realização só podem ser encontradas quando nos libertamos das ilusões do ego, das limitações da mente condicionada.
Por Fabio Balota