Fé e Perseverança
Fé e perseverança são aspectos fundamentais no caminho. Algumas dificuldades e riscos são naturais do próprio caminho outras são por razões nossas. O início do caminho é cheio dúvidas, confusão, conflitos, crises, provações. Tudo isso representa riscos.
Conforme caminhamos vamos deixando de lado alguns aspectos fantasiosos ou dogmáticos. Mas eram esses mesmos aspectos fantasiosos ou dogmáticos que nos motivavam e traziam segurança. Quando isso acontece, quando deixamos de lado alguns aspectos fantasiosos ou dogmáticos, se não criamos alguma referência interior podemos achar que tudo era fantasia e abandonar o caminho. Precisamos ter é fé e perseverança, pois isso vai passar conforme caminharmos mais.
Num dado sentido, o contrário do dogmatismo é a dúvida. O surgimento da dúvida é normal, faz parte do processo investigativo, do caminho. Não adiantaria permanecermos presos a fantasias e dogmatismos. Em um momento do caminho, quando a fantasia e o dogmatismo começam a ceder e começamos a investigar, pode surgir a dúvida.
Podemos pensar será que é essa escola? Será que esse caminho existe mesmo? Será que estou perdendo meu tempo? Será que esses Deuses todos fazem sentido? Por que dessas práticas com divindades hindus?
Podemos começar a duvidar de tudo, das pessoas, dos ensinamentos, das práticas, de nossas experiências, do Mestre. Precisamos ter é fé e perseverança, pois isso vai passar conforme caminharmos mais, conforme amadurecermos.
Achar que o Mestre errou ou que falta algo no ensinamento é falta de maturidade, é ainda estar preso a dualidade. O Mestre deixou registrado tudo segundo seu próprio caminho, seus estudos, compreensões, experiências. O Mestre era um homem, uma pessoa caminhando, como cada um de nós.
Nenhum mestre deixou registrado o caminho completo com todas as práticas possíveis, com todas as possibilidades. Isso não existe. Não existe prática perfeita, ensinamento perfeito. Cada um precisa encontrar as práticas que sente afinidade e que trazem resultados a cada momento, a cada fase.
As dúvidas sobre o Mestre, o ensinamento, as práticas também passarão conforme caminharmos mais. Precisamos ter é fé e perseverança e continuar a caminhar. Abandonar o caminho é negar a existência da Alma, do Divino, do Sagrado.
Não existe isso de escola errada, de erro no passado. É fácil olhar para trás e achar que alguém estava errado, que perdemos tempo. Mas ninguém cai em erros por querer. A divisão pura e simples de certo e errado, bom e mau é típica da mente dualista, assim como o simples perdão ou a simples compaixão. Sempre estamos onde acreditamos ser o melhor. Sempre temos os espelhos que precisamos.
Precisamos ter é fé e perseverança, pois tudo isso vai passar conforme caminharmos mais, conforme amadurecermos.
Por Fabio Balota