As Representações Mentais
Viver conscientemente é mais do que apenas livrar-se dos defeitos psicológicos. É também liberar nossa mente das representações mentais que ocupam espaço desnecessário. Nossa mente é um templo sagrado, e o que deve ocupá-lo é apenas o nosso verdadeiro ser.
As representações mentais são como imagens ou cenas que armazenamos em nossa mente, algumas positivas e outras negativas. Por exemplo, ao vermos um vestido bonito ou assistir a cenas luxuriosas em uma novela, criamos representações desses eventos em nossa mente. Essas representações alimentam nossos defeitos psicológicos, como a vaidade ou a luxúria.
As representações mentais não são a causa dos defeitos psicológicos, mas ainda assim, elas são obstáculos significativos para o nosso crescimento espiritual. Se não transformarmos essas impressões, elas permanecem na mente e mantêm nossa consciência adormecida, condicionada.
Devemos ser cuidadosos com as representações da mente. Se, por exemplo, nos abrimos para conversas negativas ou calúnia, podemos alterar as representações que temos das pessoas, reagindo à representação alterada e não à pessoa que está diante de nós. Essas alterações podem distorcer a realidade e prejudicar nosso entendimento, tornando-nos suscetíveis a julgamentos injustos, comportamentos inadequados, condicionados.
Enquanto estivermos condicionados, adormecidos, inconscientes dos processos mentais, não veremos as pessoas, as situações, o mundo, em si mesmo, veremos tudo através das representações das pessoas, das situações, do mundo, das imagens que temos em nossas mentes, e acreditaremos estar nos relacionando com a realidade em si.
Além de lidarmos com os defeitos psicológicos, precisamos também estar atentos às representações da mente. Não devemos carregar o fardo dos defeitos psíquicos e nem dessas representações, dessas imagens distorcidas que podem prejudicar nosso caminho espiritual. Viver conscientemente significa purificar não apenas nossos pensamentos e emoções, mas também as imagens que guardamos em nossa mente do mundo, das pessoas, da espiritualidade.
Por Fabio Balota e Natalino Sampaio