A Revolução Interior
Muitas pessoas sentem que existem algo de errado, sentem que estão aprisionadas, mas como estão muito voltadas para fora, acreditam que algo precisa ser mudado no exterior. Assim, revoltam-se contra os poderosos, os governos, o sistema, a sociedade e seus padrões e valores, as ideologias políticas ou religiosas.
Existe um chamado interno para uma revolução interior, mas não entendemos e projetamos para fora, acreditando que uma revolução exterior irá resolver.
A mudança de ideologia política, religiosa ou filosófica só é uma mudança de aprisionamento, aprisionam tanto quanto as que pretendem substituir. Uma pessoa consciente não precisa lutar pelo poder ou controle.
As revoluções externas são temporárias e sujeitas a retrocessos, pois a situação exterior é reflexo da situação interior de todos nós. Não somos algo a parte da sociedade.
A revolução exterior não pode ser separada da revolução interior. Se uma pessoa não se tornar mais consciente irá apenas fazer mudanças superficiais, permanecendo dentro de um mesmo modelo inconsciente, de controle, poder, dominação, aprisionamento, ilusões.
Ao longo da vida, fomos condicionados por padrões de pensamento e comportamento da família, da sociedade, da cultura. Esse condicionamento nos mantém aprisionados, impedindo nosso crescimento e evolução.
Imersos nesse condicionamento, queremos mudar a sociedade, o sistema, a ideologia política, religiosa ou filosófica de alguma forma, mas não percebemos que isso é a afirmação das mesmas coisas que queremos mudar, é um aprisionamento nos mesmos modelos. No fim, ainda acreditamos na mesma coisa.
É como lutar contra um preconceito. Isso não funciona, pois é continuar a querer ser aceito dentro de um modelo errado. É preciso perceber o absurdo do preconceito e ir além dele. Não precisamos convencer ninguém, precisamos apenas sair da ilusão, do condicionamento, do jogo dual.
A verdadeira mudança não está em modificar o que nos rodeia, mas em transformar nossa própria percepção, ou seja, como vemos o mundo e como reagimos aos eventos. O que precisamos transformar é o como interpretamos e como nos relacionamos com a vida. Contudo, buscar uma revolução interior não significa ignorar o mundo exterior, não significa alienar-se. Alguma ação no mundo pode ser necessária. Mas ela ocorrerá a partir de um lugar diferente, interior, mais consciente, mais elevado.
A revolução interior é uma transformação duradoura que altera profundamente a forma como percebemos a realidade e com isso muda a forma que vivemos e interagimos com mundo e com os outros. Quando nos tornamos conscientes de nós mesmos, nos transformamos em agentes de mudança, contribuindo para uma sociedade mais justa e consciente. A transformação pessoal impacta não apenas nossas vidas, mas também as de todos ao nosso redor.
Somente a observação atenta, o processo de autoconhecimento, o questionamento, a investigação podem nos levar a revolução interior, a um despertar da consciência, a saída das ilusões e condicionamentos.
Por Fabio Balota
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