A Concretude do Espiritual
Em uma aula recente, um estudante não conseguia entender uma explicação. sobre vontade e caminho, fé, sacrifício, esforço.
Utilizamos um estudo como exemplo, falamos de dar um doce para um grupo de crianças e prometer dar mais dois para quem não comer até o dia seguinte, no dia seguinte dar os dois para quem não tiver comido e prometer mais seis para quem não comer nenhum e seguir assim alguns dias.
O experimento mostra que as criança que vão até o fim são aquelas que tem mais sucesso na vida. Isso é relativamente claro, pois são aquelas que mostram vontade, sacrifício, esforço, desejo de conseguir mais, de chegar a uma meta. As demais se satisfazem com o desejo momentâneo, sentem-se como vítimas, querem pedir que o outro compartilhe com elas.
O estudante achava que o doce era algo concreto e não conseguia ver a mesma coisa com a vida espiritual, com o caminho.
Mas esse é que é o problema, enquanto as coisas da vida comum parecerem mais concretas do que as espirituais, significará que ainda estamos muito voltados para fora e então será difícil fazermos os esforços necessários para avançarmos.
A questão é a capacidade de resistir aos desejos momentâneos, a satisfação imediata, para se alcançar algo mais. Tudo se baseia em vontade, esforço, sacrifício, fé, testemunho.
Ainda que o doce seja algo exterior, nossa experiência com é interior, tudo é interior, ainda que seja grosseiro, ainda que seja por objetivos grosseiros.
Mesmo a criança não tem certeza de que vai receber os doces no dia seguinte. Mas pela fé ela se esforça para não comer, sacrifica a satisfação instantânea.
Precisamos aplicar as mesmas virtudes, habilidades, capacidades, precisamos ter fé no testemunho dos santos, dos mestres.
Se o testemunho for só uma historinha fictícia será difícil. Mas se sentirmos que o testemunho é uma realidade que podemos alcançar, apesar de não podemos ver no momento, então seremos capazes de fazer os esforços necessários.
Se não abrirmos mão do grosseiro não alcançaremos o mais sutil.
Quando alcançamos algo mais sutil, algo superior, então isso nos parecerá até mais concreto do que as coisas do mundo.
Assim, se não avançamos, devemos refletir se ainda achamos que as coisas do mundo material são mais concretas que as do mundo espiritual. Se essa ainda for nossa visão, precisamos refletir para podemos alcançar uma clareza maior do caminho, para que possamos perceber a concretude do espiritual, da realidade espiritual.
Por Fabio Balota