A Lei do Pêndulo
O pêndulo oscila de um extremo a outro, a reflexão sobre seu funcionamento revela aspectos profundos da existência.
No movimento do pêndulo, encontramos a representação simbólica de nossas emoções, pensamentos, anseios e desejos. Da alegria à dor, da esperança ao desespero, do pessimismo ao otimismo, da paixão à dor, do triunfo ao fracasso, do lucro à perda: todos esses estados de espírito correspondem aos extremos desse movimento pendular.
A Lei do Pêndulo transcende o âmbito individual, influenciando grandes eventos históricos. Impérios são erguidos e derrubados, civilizações poderosas surgem e, em seguida, desaparecem. A dinâmica oscilante molda a trajetória da humanidade, levando-a por altos e baixos, por sucessos e fracassos.
No extremo direito do pêndulo, encontramos as diversas escolas esotéricas, ocultistas, religiões, seitas. O fervor religioso pode ceder lugar ao ateísmo e ao ceticismo diante de acontecimentos desconcertantes. Da mesma forma, o materialista convicto pode ser arrastado para o extremo oposto, transformando-se em um fervoroso seguidor de crenças espirituais.
Muitos brincam com os conceitos do pêndulo, mas é essencial compreender que tais conceitos não representam a realidade. A mente humana lida apenas com formas ilusórias da natureza, desconhecendo a verdade subjacente a essas formas. Teorias e conceitos tornam-se obsoletos com o tempo, e o conhecimento adquirido na escola muitas vezes se revela insuficiente.
As polaridades da extrema direita e da extrema esquerda do pêndulo são como modas passageiras, reflexos de processos mentais e vaidades intelectuais. Disciplinas psicológicas entram em conflito, processos lógicos encontram oposição, e diante disso, surge a pergunta: o que resta?
Nosso verdadeiro interesse deve estar no Real, na Verdade que não está sujeita ao vai e vem das teorias e crenças. A Verdade é um território desconhecido, revelando-se de instante a instante. Ela não se encontra nas extremidades do pêndulo, mas sim no seu centro, onde a oscilação cessa, e a compreensão transcende as dualidades.
Por Fabio Balota e Natalino Sampaio