Trabalho e Sucesso

Abriremos esse tema com uma frase de Homero que nos motiva a refletir sobre o que queremos, o significado da vida, ao que buscamos quando falamos de trabalho e sucesso: “Mais vale ser um mendigo sobre a terra, do que um rei no império das sombras”.

Acreditamos que poderemos alcançar a felicidade através da realização profissional ou de alguma conquista material.

Trabalhamos para ter felicidade, mas, ao longo do tempo, o ideal de felicidade se perde, é esquecido, deixado de lado e outras coisas passam a nos parecer mais importantes.

A questão de nossas motivações está relacionada com a questão do significado da vida, com o porquê fazemos o que fazemos todos os dias.

Nesse contexto, um grande problema que enfrentamos é o desejo de ser alguém especial. Queremos ser importantes dentro de algum grupo em que vivemos.

A busca de reconhecimento, de ser alguém, a busca de autoafirmação, de segurança, nos expõe à chantagem, à manipulação. Somos vítimas de nós mesmos, de nossos desejos, de nossas fraquezas.

Nessa busca, devemos questionar quais são as nossas bases, nossos valores. Será que o problema está apenas em se apoiar em bases, valores materiais? Se nos apoiarmos em valores mais espirituais, será que estaremos mais seguros?

É muito importante captarmos onde estão as nossas bases, no mundo espiritualista, na sociedade, no trabalho.

Um outro questionamento que devemos fazer é sobre o significado da palavra trabalho. Sentimos e vemos o trabalho como algo pesado? Como as ideias associadas à palavra trabalho são dor, peso e essa coisa sofrida, então o ir trabalhar será algo sofrido e dolorido, algo ruim.

Se ao trabalharmos na praia, no interior, no exterior, nos sentimos bem, somos nós que geramos esse sentimento, então por que não podemos gerar esse sentimento trabalhando onde estamos?

Se conseguirmos achar algo que nos traga contentamento no momento em que estamos realizando o trabalho, então nossa visão, nosso sentimento, será muito diferente. Mas se ficar buscando resultados distantes, resultados melhores num futuro, então estaremos sempre gerando sofrimento.

Somos nós que criamos os padrões, as ideias, que nos limitam. Somos nós que nos colocamos dentro da situação que estamos, pelos próprios padrões que aprendemos. Se acreditamos que tudo é difícil, que temos que lutar para conseguir as coisas, que temos que começar por baixo, então assim será nossa realidade.

Seja por desejos conflitantes, crenças ou medos, nós nos boicotamos, tanto no trabalho, como na vida espiritual, como em qualquer outra situação.

Diz o Mestre: “É necessário triunfar na vida. Se você quer verdadeiramente triunfar, deve começar por ser sincero consigo mesmo: reconheça seus próprios erros. Quando reconhecemos nossos próprios erros, estamos em vias de corrigi-los. Todo aquele que corrige seus erros inevitavelmente triunfa”.

Nesse contexto, compreensão e aplicação da lei do karma quer dizer que, se a nossa realidade e o que nos cerca são ruins, é porque algo em nós gerou essa situação e continua gerando e sustentando. Temos que buscar o que existe dentro de nós que provoca isso, para irmos alterando.

Vale destacar um trecho do Sermão da Montanha: “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? Certamente, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”.