Recordação de Vidas Passadas
Muitas pessoas que chegam ao esoterismo querem experimentar fenômenos, querem saber quem foram em vidas passadas.Existe uma fascinação sobre o tema.
De uma forma ou de outra, algumas pessoas acabam tendo informações sobre vidas passadas, sejam essas informações verdadeiras ou não.
Informações sobre vidas passadas são muito utilizadas para manipulações dos tolos, dos carentes, dos vaidosos.
Quando a pessoa tem baixa autoestima, quando não se conhece, está insegura, se sente inferior e ao invés de buscar se conhecer quer apenas ser alguém especial, uma informação sobre vidas passadas, por mais ilusória que seja, pode levar a pessoa a se sentir especial, superior, perdendo ainda mais o contato com a realidade e se tornando isso que em gnose se chama de mitômano.
Sem o preparo, sem a maturidade necessária para receber uma informação como essa podemos cair em muitas fantasias e erros.
Os grupos esotéricos e espiritualistas estão cheios de encarnações de grandes personagens da história, da espiritualidade. Existem muitas pessoas que acreditam que foram Cleópatra, Napoleão, Rei Artur, etc. Todos acham que os outros que acreditam ter sido não foram e que eles é que realmente foram tais personagens.
A preocupação com ter sido tal ou qual personagem mostra que ainda estamos voltados para o exterior, para a personalidade.
Enquanto existe uma identificação muito grande com a personalidade, ou seja, enquanto acreditamos que somos a personalidade, enquanto nossa noção de eu está muito presa a personalidade, não lembramos de vidas passadas.
A recordação de vidas passadas ocorre normalmente a partir da fase do albedo ou via iluminativa, pois é a partir daí que vencemos efetivamente a identificação com o eu existencial.
A recordação de vidas passadas se relaciona muito mais com a lembrança de quem nós somos, a lembrança de nossa natureza e dos aspectos que foram fixados em nossa alma.
Assim, essa lembrança está associada com o saber algo, com o compreender facilmente alguma coisa, com a familiaridade com algo, com algumas habilidades que se relacionam com nossa natureza.
Essas lembranças ou reminiscências vão se manifestando durante toda a vida, mas se tornam muito mais claras quando se avança bastante no caminho, quando se avança pelas fases de albedo ou via iluminativa e muito mais claras ainda na fase do rubedo ou via unitiva.
Se nós pudéssemos lembrar de algo de uma vida passada, nós escolheríamos lembrar de um nome ou lembrar de um conhecimento que nos trouxesse paz interior?
Lembrar ou ter a informação de ter sido alguém não pode nos ajudar muito, mas a lembrança de conhecimentos libertadores pode nos ajudar demais.
Por Fabio Balota