As Escolas Esotéricas
Uma escola esotérica é uma instituição ou grupo, que detém e ensina um conhecimento esotérico. As pessoas que formam esses grupos são unidas pela aspiração ao conhecimento universal, movidas pela intenção de fidelidade ao espírito, e dedicadas ao trabalho de transformarem-se a si mesmas.
O termo esotérico deriva do grego eso (eisô ou esô) e significa “dentro de”, “dentro”. O termo exo (eksô) significa “fora de”, “fora”. Nas diferentes tradições, sempre existiram os ensinamentos mais internos e ensinamentos mais externos. Do conhecimento esotérico, mais interno, nascem os ensinamentos exotéricos.
Quando as pessoas não tem muito interesse, não querem se aprofundar e se satisfazem com um ensinamento superficial, elas ficam nesse nível exotérico. Mas aquelas que querem ir além desse nível, e começam a ter interesses e inquietudes, elas vão se aproximando cada vez mais do conhecimento esotérico, e ficando mais próximas de si mesmas, do mundo espiritual, alcançando o verdadeiro esoterismo.
As escolas surgem para atender um determinado propósito e seguem um ciclo: nascem, trazem uma mensagem para a humanidade, e, depois de entregarem essa mensagem, depois de cumprirem sua missão, começam uma fase descendente e desaparecem, deixando sua história. Uma nova religião ou escola a substitui, trazendo uma mensagem adequada ao tempo, ao local e ao ambiente em que surge.
Alguns desses mensageiros foram: Rama, Krishna, Moisés, Jesus, Buda. Em contextos menores, os diversos mestres do oriente, nas mais diversas tradições, os homens santos que criaram ordens, que fizeram algumas reformas, que escreveram livros, que deixaram sua marca.
As escolas precisam dos mestres, pois são eles que trazem o ensinamento inicial, e são eles que podem mantê-las em algum grau. Sem a influência espiritual a escola se degenera.
Uma escola é considerada esotérica quando possui pessoas que tenham penetrado o conhecimento esotérico em algum nível. Existem diferentes graus de escolas, e isso depende do conjunto das pessoas que a compõe.
O Mestre Samuel Aun Weor classifica as escolas nos seguintes graus: as que ensinam a fabricar alma, as que ensinam a fabricar alma e espírito e aquelas que ensinam as primeiras letras. Todas as escolas são necessárias.
As escolas de “Jardim de Infância” são aquelas que ensinam as primeiras letras, ensinam o básico da espiritualidade, falam sobre bem e o mal, sobre os chakras, os corpos sutis, mas não tem muita profundidade. O dogmatismo, o intelectualismo, a separatividade, o autoritarismo, a fantasia, o medo, o negativismo, são alguns dos traços destas escolas.
As escolas que ensinam a fabricar alma são todas as que falam sobre a dissolução do Eu, a dissolução do ego, sobre o despertar do coração bondoso, do coração compassivo, do Budaya, o despertar da Consciência.
As escolas que ensinam a fabricar alma e espírito são as de regeneração, que têm os três fatores de consciência, como é o caso da gnose, em sua essência.
Uma escola só pode ensinar sobre dissolução do Eu, se existir alguém dentro dela que tenha de fato realizado esta dissolução em algum nível. Assim, uma escola só pode ser uma escola para fabricar a alma se nela existir alguém que tenha pelo menos iniciado este processo. E isso vale para todas.
Muitas vezes, as pessoas entram em uma escola, mas não avançam, pois não se entregam ao ensinamento, não se abrem, não possuem a fé, a reverência necessária para que o conhecimento se revele para elas.
O que faz com que alguém progrida no caminho são as bênçãos. Quando o aluno se coloca debaixo da tradição, disposto a entregar-se, abrir-se, soltar-se, é ter fé e buscar vivenciar os ensinamentos, ele recebe a influência espiritual daquela tradição, o que possibilita a compreensão dos ensinamentos.
Antes de iniciar o caminho em uma escola, é importante avaliar se ela é verdadeiramente esotérica, pois há também as escolas de magia negra, perdidas, que podem nos confundir. Não é porque uma pessoa fala de amor que ela entende o que é o amor ou pratica o amor, por isso é muito importante ter discernimento.
As práticas e orações nos conectam ao divino, ao sagrado, abrem os nossos corações e possibilitam as inspirações, as intuições do que é certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto, belo ou feio, verdadeiro ou falso.
O conhecimento se revela para aqueles que o amam, que o admiram, que o buscam com intensidade, que aspiram por elevação, que realmente querem progredir e têm fé.